(foto in meloes-melodia.blogspot.com)
Desde que cheguei, tenho contido a nostalgia que teima querer sair em lágrimas devido à constatação, cada vez mais evidente, de que o passar dos anos está a mostrar o seu efeito sobre os meus pais.
Presenciar o entorpecimento dos gestos, a execução cada vez mais lenta dos pequenos afazeres, o sentir a frustração que os invade por nós assistirmos e necessitarem de ajuda nas suas “batalhas” as quais, por vezes, já não conseguem travar conforme se haviam proposto inicialmente; tudo isto deixa-nos, a nós filhos...angustiados, revoltados, impotentes.
Eu, em especial, por vir a casa com menor regularidade que os irmãos, sinto o peso de não estar presente, quero tentar compensar em meia dúzia de dias a ausência de meses e não consigo deixar de me sentir revoltada comigo própria por saber que de pouco vale o que faço e por me mostrar impaciente em determinadas situações, pois os manos “aguentam o barco” e estão por perto todo o ano e eu, a pensar no meu umbigo, à distância de meio oceano, não os estou a auxiliar e a acompanhar na velhice.
Serei egoísta por ter dado um rumo à minha vida distante deste porto?
Tem dias, como hoje, em que sinto que sim e outros em que sei que o meu caminho não passava por aqui...mas hoje dói.
1 comentário:
[[ ]]
Compreendo o que sentes. Sinto o mesmo com os avós... e já vou sentido, embora mt atenuado, com os pais.
A verdade é que temos que seguir com a nossa vida. Estar longe não significa estar ausente e indiferente.
Não é de todo egoísta.
*
Enviar um comentário