Ao longo do dia de ontem foi crescendo em mim uma tristeza desmedida, por mil e uma razões e por nenhuma. Por ter passado o dia sem fazer nada de produtivo, por ter falado com algumas amigas e ter ficado cheia de saudades, por ter estado duas horas no hospital à espera de um médico, por ela estar a trabalhar, por...nada.
Este estado de espírito só passaria com um grande sorriso do meu amor e uma saída pra jantar.
Quando, ao fim do dia, a gaivota saiu do trabalho e percebi que estava completamente estafada, eu quebrei completamente pois sabia que a ela só lhe iria apetecer um duche e deitar no sofá e não a quis chatear com os meus stresses ridículos de quem está sem nada pra fazer.
Sem nada explicar, quebrei e chorei, zangada comigo própria por não o conseguir controlar, e só uma relação de muitos anos como a nossa, em que me conhece como a palma da sua mão, lhe permitiu perceber tudo o que se passava pelo olhar, pela carícia, pelo abraço.
Após insistência minha para ficarmos em casa e dela para sairmos, chegámos a acordo que sairiamos um pouco.
Saímos, jantámos com umas amigas, bebemos um copo e às 23h00 estávamos em casa.
Fez bem às duas, ela porque aliviou a estafa do trabalho e eu porque relaxei e socializei um pouco.
Se não fosse ela, eu sei, por experiências anteriores, que seria uma noite ou para ficar em casa a ter pena do meu umbigo ou para sair e apanhar uma bebedeira.
Amo-a tanto por haver dias que só ela consegue melhorar, por saber dar a volta ao meu mau feitio e por fazer sobressair o melhor em mim.
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